segunda-feira, 18 de abril de 2011

Medinho

A crônica-poética abaixo foi resultado de um exercício feito em aula.
Não houve consenso do grupo quanto à qualidade do resultado.
Veja o experimento e comente.
Nem sempre se descobre o fogo, mas fazendo uma fumacinha
já vale manter o atrito.

O grito
Por: Grupo da Oficina Literária

Sempre tive medo do próximo passo.
Sempre tive medo de me expor.
Sempre tive medo de perder meus sonhos.
Sempre tive medo de parque de diversão.
Sempre tive medo de engravidar.
Sempre tive medo de assombração.
Sempre tive medo de boneca.
Sempre tive medo de enlouquecer.
Sempre tive medo de nadar.
Sempre tive medo de esquecer.
Sempre tive medo de não enxergar.
Sempre tive medo de saudade.
Mas nunca tive de medo de... você!

2 comentários:

  1. Bem... vamos lá! Afinal... já que tem que chover, molhemo-nos.

    Não é uma crônica poética. É de fato um poema. Há conteúdo. E conteúdo antenado com o mundo atual que se projeta em nossa subjetividade. Há também intertextualidade com o quadro que lhe serve de ilustração/inspiração.

    Eu sugeriria um trabalho mais apurado na forma, para dar leveza talvez. Por exemplo, substituir a repetição por um ar dramático, criado pelo paralelismo na disposição dos versos e pela formação de estrofes (é pena que se desconfigure na edição, mas pensei numa disposição gráfica em que "do/de" ficassem alinhados):


    Sempre tive medo do próximo passo
    de me expor
    de perder meus sonhos.

    Sempre tive medo de parque de diversão
    de engravidar
    de assombração
    de boneca.

    Sempre tive medo de enlouquecer
    de nadar
    de esquecer
    de não enxergar.

    Sempre tive medo de saudade
    mas... nunca tive de medo de...
    você!

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  2. Olá, Márcia. Obrigado pela colaboração nesta experiência. Agora sim virou poema! De fato há poesia no texto. Mas a intenção era fazer prosa poética mesmo. Tomamos por modelo algumas crônicas do Carpinejar (que é poeta e cronista)em que ele usa este recurso da repetição. Chamei de crônica-poética. Arranque. Rótulos são para arrancar. Afinal, como classificar o indefinível? A estrutura da crônica não pode ser aguda. É uma desestrutura. A ambiguidade é a sua lei.Os gêneros literários não se excluem. Incluem-se.

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